
O Mistério Vivo das Emoções e dos Sentimentos
Há uma força invisível que nos move todos os dias



O grande desafio da humanidade é a cura emocional. Talvez seja essa a nossa grande missão humana: reconhecer as emoções como parte sagrada da nossa existência.
Mas para reconhecer as emoções é preciso aprender a sentir. Há uma força invisível que nos move todos os dias. Não é o relógio, nem são as obrigações. É algo mais íntimo, mais vivo: as emoções e os sentimentos que nascem, crescem e se transformam dentro de nós, como marés interiores ao longo de cada dia da nossa existência.
Vivemos num mundo que privilegia a lógica, a produtividade, o controle. Somos treinados para pensar, decidir, resolver.
Embora frequentemente usados como sinónimos, emoções e sentimentos são diferentes.
Emoções são respostas imediatas e instintivas, enquanto sentimentos são a interpretação e a avaliação dessas emoções. Por exemplo, podemos sentir medo (emoção) ao ouvir um barulho inesperado. No entanto, o sentimento que se segue, seja de alarme, ansiedade ou mesmo excitação, é influenciado pelas nossas experiências passadas e contexto em que vivemos no agora.
Mas… quem nos ensinou a sentir? Quem nos mostrou como acolher a tristeza, ouvir a raiva, cuidar do medo, ou saborear a alegria sem culpa?
EMOÇÕES
A palavra "emoção" vem do latim emovere, que significa "movimentar" ou "deslocar".
As emoções são como mensageiras do corpo. São como visitas inesperadas. Surgem, às vezes sem aviso, e tomam conta de nós por instantes. São rápidas, instintivas, viscerais.
O medo que aperta o peito. A raiva que queima. A alegria que expande. A vergonha que paralisa.
São reações puras do nosso sistema nervoso, respostas que o corpo nos oferece para interpretar a vida. Mas ignoramo-las, reprimimo-las, transformamo-las em culpa ou negação.
Contudo, a emoção apenas quer ser ouvida. Quer mostrar-nos onde há ferida, onde há limite, onde há verdade. Cada emoção tem uma função específica a ALEGRIA conecta-nos com os outros, a TRISTEZA faz-nos um convite à reflexão, o MEDO protege-nos dos perigos e a RAIVA pode motivar-nos a lutar pelas nossas causas.
Reconhecer e aceitar as nossas emoções é fundamental para o nosso bem-estar. Num mundo que frequentemente valoriza a racionalidade em detrimento da vulnerabilidade emocional, é crucial lembrar que SENTIR é humano. Negar ou reprimir as emoções pode levar a uma série de problemas psicológicos, como ansiedade e depressão. A prática da auto-observação e da reflexão pode ajudar-nos a entender melhor o que sentimos e por quê.
As emoções desempenham um papel central nas nossas interações com os outros. Elas conectam-nos, mas também nos podem afastar. A empatia, a capacidade de entender e compartilhar os sentimentos de outra pessoa, é uma das habilidades mais poderosas que podemos cultivar. Ao tornarmo-nos mais conscientes das emoções dos outros, podemos construir relacionamentos mais saudáveis e significativos.
As emoções não são apenas reações, mas também são catalisadores de transformação. Através da dor, da perda ou do amor, somos frequentemente levados a repensar as nossas vidas, fazer mudanças e crescer. Cada emoção, mesmo as mais difíceis, toda ela carrega consigo a semente de uma nova aprendizagem e uma oportunidade de evolução pessoal.
Num mundo em constante mudança, onde somos bombardeados por estímulos externos, é vital que aprendas a dançar com as tuas emoções. Cada passo, cada movimento, ensina-nos algo novo sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor. Ao abraçarmos as nossas emoções, não apenas nos tornamos mais autênticos, mas também mais conectados com a experiência humana na sua totalidade.
SENTIMENTOS
A palavra "sentimento " vem do latim sentire, que significa "perceber" ou "sentir".
Os sentimentos são a Alma a dar um nome àquilo que vive.
Os sentimentos são mais subtis que as emoções. Demoram mais tempo a formar-se e a sua voz é mais baixa, mas muito mais profunda também.
Um sentimento nasce quando paramos para escutar a emoção. Quando refletimos sobre ela. Quando a trazemos para o coração e não apenas para o corpo.
A tristeza, por exemplo, pode vir da perda, mas também do que nunca nos foi dado. O amor pode nascer da presença, mas também da ausência.
É aí que começa o verdadeiro caminho: sentir com consciência é permitir que a alma nos fale.
Porque temos tanto medo de sentir?
Porque fomos ensinados a calar. A "engolir em seco", a "ser fortes", a "não chorar por tudo e por nada".
Mas o preço disso é alto: tornamo-nos adultos desconectados, com sorrisos firmes por fora e vazios surdos por dentro.
Sentir é uma forma de resistência. Sentir é dizer "Eu ainda estou vivo e não perdi a capacidade de me importar. " "Eu estou vivo. E assumo a minha humanidade."
É confiar que, mesmo quando dói, há algo a ser revelado, algo a ser transformado.
Lembra-te de sentir com coragem
A ti que me estás a ler neste momento ofereço-te um convite:
Quando sentires raiva, pergunta-lhe o que está a proteger.
Quando sentires tristeza, oferece-lhe colo.
Quando sentires medo, caminha com ele, devagar.
Quando sentires alegria, honra-a, sem culpa, sem moderação.
E se não souberes o que sentes, não forces. Apenas respira.
Estar presente já é sentir.
Usa a emoção como bússola
As emoções não são obstáculos no caminho, são o próprio caminho.
São elas que nos ligam ao mundo, aos outros e a nós próprios.
Não estamos aqui para sermos máquinas de eficiência.
Estamos aqui para viver com verdade, com Alma e com coração.
Sentir é estar desperto.
É tocar no invisível. É caminhar com a Alma ao lado.
Com Amor,
AMA
