
Convite à Rendição
A rendição é o sopro que limpa, o espaço que acolhe, o gesto que diz "Eu confio."

Neste 1º de Novembro, quando os véus entre os mundos se tornam mais finos, somos chamados a regressar à simplicidade do ser e ao espaço silencioso onde o coração reconhece o que é eterno.
É tempo de rendição sagrada: de entrega que purifica, de quietude que revela, de fé que renasce.
Há momentos em que a vida pede menos esforço e mais confiança.
Hoje, o Universo sussurra-te com doçura: Solta. Solta o que pesa. Solta o que já cumpriu o seu papel. Solta o que te prende à dor, à dúvida, ao controle.
Deixa ir as antigas formas, as vozes do medo, as histórias que já não te representam.
A rendição não é desistir. É recordar que não precisas de carregar o mundo sozinho. É permitir que a inteligência divina, que tudo sustenta e tudo sabe, volte a ocupar o seu lugar em ti.
Quando te rendes, deixas de resistir ao fluxo da vida e voltas a fluir com ele.
O coração abre-se como uma janela para a manhã e a luz entra, mesmo que a noite ainda não tenha terminado.
A rendição é o sopro que limpa, é o espaço que acolhe, é o gesto que diz: "Eu confio."
Neste 1º de Novembro, em que honramos os que partiram e reconhecemos a presença do invisível, somos convidados a curvar-nos perante o Mistério.
Agradecer o que foi.
Abençoar o que é.
Confiar no que virá.
Que neste dia consagrado à travessia entre mundos, saibamos também atravessar os nossos próprios portais internos do medo à fé, do controle à entrega, da resistência ao amor.
Que cada respiração seja um ato de libertação. Que cada silêncio seja uma oração. E que cada passo se torne um voto de amor à Vida que nos habita e nos move.
Rende-te. E deixa que a Luz te conduza de volta a ti mesmo.
Porque a verdadeira força nasce quando paramos de lutar contra o que é e começamos a dançar com o que existe.

