A jornada de uma Alma

Uma história que te lembra quem és: a Alma que escolheu encarnar, o Espírito que guia, e o Ego que ensina.

9/27/20252 min read

Antes que o tempo tivesse nome,num espaço de pura luz e silêncio,vivia uma Alma curiosa. Ela brilhava como um fragmento de estrela e sentia um chamado profundo: conhecer a vida em toda a sua densidade.

Certa vez, essa Alma contemplou a imensidão da Terra.
Viu oceanos e montanhas, ciclos de nascimento e despedida. Sentiu aromas de flores e o calor do sol sobre a pele. E percebeu que, para experimentar plenamente tudo isso, precisaria de um corpo, de sentidos, de tempo.

“Quero sentir o toque da chuva, o peso das escolhas, a dança das emoções. Quero aprender o que só a matéria pode ensinar.”

Assim decidiu encarnar.

Antes de descer, procurou um caminho para a vida. Observou inúmeras famílias, histórias e linhagens, até encontrar dois corações que, juntos, poderiam oferecer o corpo perfeito para a sua jornada. Sentiu que, através deles, receberia exatamente as lições, os desafios e o amor necessários para crescer e despertar.

Com gratidão e coragem, escolheu os seus pais.

No instante do primeiro sopro, o Espírito encontrou a carne. O coração pulsou, a respiração fez-se som, e a Alma, agora humana, iniciou a sua caminhada.

Para viver na Terra, recebeu também um companheiro especial: o Ego.

O ego seria a voz da identidade, a estrutura que permitiria dizer “eu” e “meu”, que daria contornos e limites ao vasto oceano da consciência.

Às vezes protetor, às vezes dominador, o ego seria mestre e desafio, ensinando a arte do discernimento e da integração.

Anos se passaram. Entre alegrias e dores, a Alma amadureceu no corpo, aprendendo a dialogar com o ego, a reconhecer as suas feridas e a sua força.

E então, um dia especial chegou: um instante silencioso em que, no meio da vida comum, a Alma sentiu a presença viva do Espírito que sempre a guiou.

Não era algo externo, mas uma lembrança profunda, um reencontro com a própria origem de luz. Foi como se o Céu se abrisse dentro do peito, revelando que nunca houve separação.

Nesse momento, Alma, Espírito e Ego reconheceram-se como partes de uma única dança: o divino a experimentar a matéria, a matéria a lembrar-se do divino.

A Alma compreendeu, então, que o verdadeiro propósito não era fugir do mundo para voltar ao Céu, mas trazer o Céu para a Terra, manifestando o brilho do Espírito em cada gesto humano, em cada respiração.

E ela sorriu. Porque entendeu que a jornada continua, em cada encontro, em cada criação, em cada vida que se permite ser ponte viva entre o infinito e o agora.

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