O aborto num olhar com Compaixão

Um aborto seja espontâneo ou provocado, não é uma falha espiritual. É uma experiência.

5/31/20253 min read

Vivemos num país onde o aborto é legal, mas mesmo com essa liberdade, muitas mulheres enfrentam esta decisão com um peso na Alma. Na espiritualidade, não há julgamentos, há caminhos, aprendizagens e evoluções.

Falar sobre o aborto é tocar num dos temas mais íntimos, sensíveis e profundos da existência humana. Quando olhamos para ele apenas com os olhos da matéria ou da moral, corremos o risco de esquecer a Alma. E é na Alma que mora a verdadeira compreensão.

A espiritualidade não é sobre julgar. É sobre lembrar.

Lembrar que somos mais do que decisões, medos ou culpas. Somos consciências em processo de evolução, aprendendo a amar com mais verdade a cada passo.

O que acontece espiritualmente num aborto?

Cada Alma que encarna vem com um propósito, um tempo e uma escolha. Algumas vêm para viver décadas. Outras vêm apenas para tocar a energia da matéria por instantes e porque essa breve ligação já é suficiente para cumprir um ciclo, ativar curas, despertar consciências ou libertar linhagens inteiras.

Há almas que escolhem não nascer totalmente. E há mães que, em algum nível da Alma, acordam com essas Almas que o vínculo será breve.

Um aborto seja espontâneo ou provocado, não é uma falha espiritual.

É uma experiência.

E como toda experiência humana, traz em si um convite à consciência, ao perdão e ao amor.

Cada ser que vem ao mundo traz uma energia, uma missão, uma vibração. Quando uma gravidez não segue adiante, seja por decisão consciente ou por circunstâncias da vida, a espiritualidade convida-nos a olhar para esse momento com amor, não com culpa.

A conexão entre mãe e espírito é profunda. Mesmo num aborto, essa ligação pode ser honrada através da oração, do perdão, da gratidão e da luz. Muitas tradições espirituais falam do "acompanhamento das almas" uma forma de guiar com amor aquele espírito que não chegou a nascer.

Este post não é sobre julgamento, mas sobre acolhimento. Que cada mulher se sinta em paz com as suas escolhas, amparada pelo amor divino e pela compreensão de que a vida espiritual vai além do físico.

Que possamos conversar mais sobre espiritualidade e escolhas com empatia, verdade e compaixão.

O que pode haver após um aborto?

- uma dor silenciosa e profunda

- um sentimento de perda ou culpa

- um ciclo não encerrado no coração

- ou, em muitos casos, uma paz inexplicável, porque no íntimo sabe-se que foi o certo naquele momento

A espiritualidade oferece um colo para tudo isso. Não nega a dor, mas também não alimenta a culpa. Convida à escuta do coração, à reconciliação interna e ao reencontro com a verdade da própria alma.

O que fazer depois?

- falar com a alma que partiu, mesmo que nunca tenha nascido

- pedir ou oferecer perdão, se for sentido

- criar um pequeno ritual simbólico de despedida, com flores, velas ou palavras

- aceitar que a dor pode coexistir com a paz

- abrir-se para o amor, inclusive o amor por si mesma

O aborto, à luz da espiritualidade, é um lugar onde a compaixão precisa chegar primeiro.
Antes de qualquer julgamento, opinião ou dogma, que chegue o amor.

Um amor que acolhe, transforma e cura.

Um amor que diz: tu és digna. Tu és luz. E tu és profundamente humana.

E hoje, para todas as mulheres que já passaram por essa experiência, ofereço estas palavras:

O teu coração continua sagrado.
A tua Alma continua inteira.
E o teu caminho continua luminoso.

E se, por acaso, estás a passar agora por um momento destes e precisas de ajuda para o olhar a partir de outro lugar, resolvê-lo em ti ou ressignificá-lo, podes sempre contar comigo.

Um abraço profundo, cheio de Amor.
AMA